quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Resistência à corrosão dos aços inoxidáveis

A resistência a corrosão dos aços inoxidáveis depende basicamente, da composição química e da microestrutura, e de um modo geral pode-se afirmar que os aços inoxidáveis martensíticos são os menos resistentes e os austeníticos os mais resistentes à corrosão.
Assim sendo deve-se considerar cada tipo separadamente, contudo, antes disso convém analisar genericamente o fenômeno da passivação e a influência dos elementos de liga na resistência a corrosão.
A passivação nos aços inoxidáveis é obtida pela presença de uma fina película de óxido hidratado de metal na superfície. A presença da película depende da natureza do meio ambiente e ela condiciona o comportamento mais ou menos nobre do aço; quando está presente, o aço inoxidável se aproxima do comportamento dos metais nobres, caso contrário se assemelha a atividade do aço comum.
A destruição da película num determinado ponto pode conduzir rápida corrosão da peça por um dos seguintes tipos de corrosão: por pites, por frestas, intergranular e sob tensão.
De um modo geral, dependendo do tipo de aço inoxidável e das condições de meio ambiente a corrosão é evitada ou então, se manifesta de forma rápida e destrutiva.

AUSTENÍTICOS
São considerados com sendo os de mais resistentes à corrosão em meios ambientes de atmosfera industrial ou de meios ácidos, mantendo a superfície brilhante e praticamente isento de produtos de corrosão generalizada.
Em condições mais severas como de temperaturas mais elevadas ou ácidos mais fortes, os elementos de liga devem ser acionados em maiores teores.
A adição de molibdênio em teores acima de 2% eleva a resistência à corrosão localizada; para meios mais agressivos (com teor de cloretos mais elevado) os teores de níquel e molibdênio são maiores, contudo, muito importante é a manutenção no aço de baixos teores de inclusões e de precipitados durante a sua fase de fabricação.
Na corrosão intergranular deve-se considerar a denominada temperatura de sensibilização (600 a 870 ºC) e procurar evitá-la. A liga quando recozida para solubilização é resfriada rapidamente para evitar a sensibilização tornando-se mais resistente a esse tipo de corrosão.
A redução do teor de carbono reduz o efeito da sensibilizacão (usar em vez do 304 ou 316, os 304L ou 3l6L). A adição de nióbio ou titânio produz um aço "estabilizado" aumentando a resistência a corrosão intergranular.
Muitos aços são suscetíveis a corrosão sob tensão (particularmente em soluções contendo cloretos com pH 2 a 10, e temperatura acima de 300oC), os aços com níquel acima de 30%, são praticamente imunes a esta corrosão.
Os aços residentes a corrosão localizada são normalmente, também a corrosão por frestas.
A corrosão galvânica pode ocorrer dependendo da natureza outro metal em contato, e da condição passivada ou ativada em que se encontra no meio líquido; n condição passivada é relativamente nobre, caso contrário comporta-se como aço comum.

FERRÍTICOS
Apresentam maior resisência a corrosão no estado recozido.
A resistência a corrosão generalizada aumenta com o teor de cromo e com o tratamento térmico de recozimento para solubilização.
A corrosão por pites e por frestas se manifesta menos com a adição de cromo e molibdênio, a composição para garantir uma boa resistência é no mínimo 23% Cr e 2% Mo.
A temperatura de sensibilização a corrosão intergranular permanece na faixa de 600 a 650oC.
Para prevenir esse dano pode-se acionar estabilizadores como o titânio e o nióbio, ou reduzindo os teores de carbono e nitrogênio (um teor abaixo de 0,02% de carbono impede a presença deste tipo de corrosão) ou realizar um recozimento ao redor de 700oC.
A resistência a corrosão sob tensão é obtida com um mínimo de. 20% Cr e 1% Mo, em ambiente de ions de cloro, contudo a dureza do metal em geral contribui muito para elevar a resistência.
A intensidade de corrosão por formação de par galvânico depende da condição de passividade o aço ferrítico se apassiva com maior dificuldade do que o austenítico.

MARTENSÍTICOS
Apresentam teor máximo de cromo de 14%, para permitir a transformação martensítica, mas de qualquer forma, são selecionados para condições ambientas não severas e para peças onde a resistência mecânica é fundamental; além do relativamente baixo teor de cromo, esses aços possuem alto carbono que conduz a formação de precipitados.

Nenhum comentário: