quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Classificação dos aços inoxidáveis

Os aços inoxidáveis são classificados em três grupos de acordo com a microestrutura básica formada (na verdade existe mais um grupo com propriedades mistas, onde por didática prefiro omitir).


Microestrutura

Capacidade de ser tratado termicamente

Elementos de liga básicos

Série

Martensítica fig 4

Endurecível

Cromo

400

Ferrítica fig 5

Não endurecível

Cromo

400

Austenítica fig 6

Não endurecível

Cromo-Níquel

300



MARTENSÍTICO

Estes aços, após resfriamento rápido de alta temperatura, mostram uma estrutura caracterizando alta dureza e fragilidade, denominada Martensítica.
Contém de 12 a 17% de Cromo e O, l a O, 5% de carbono (em certos casos até 1% de carbono) e podem atingir diversos graus de dureza pela variação das condições de aquecimento e resfriamento (tratamento térmico).
São dificilmente atacados pela corrosão atmosférica no estado temperado e se destacam pela dureza.
São ferromagnéticos.
Apresentam trabalhabilidade inferior as demais classes e soldabilidade pior, especialmente com carbono mais elevado, devido a formação de martensita no resfriamento.

FERRÍTICOS

Após resfriamento rápido de alta temperatura eles mostram uma estrutura macia e tenaz, altamente homogênea, conhecida com ferrítica.
Contém de 16 a 30% de Cromo.
Não podem ser endurecidos por tratamento térmico e são basicamente usados nas condições de recozido.
Possuem uma maior trabalhabilidade. e maior resistência à corrosão que os aços martensíticos devido ao maior teor de cromo.
Possuem boas propriedades físicas e mecânicas e são efetivamente resistentes à corrosão atmosférica e a soluções fortemente oxidantes.
São ferromagnéticos.
As aplicações principais são aquelas que exigem boa resistência à corrosão, ótima aparência superficial e requisitos mecânicos moderados.
Apresentam, tendência ao crescimento de grão após soldagem, particularmente para seções de grande espessura, experimentando certas formas de fragilidade.

AUSTENÍTICOS


Os aços inoxidáveis apresentam uma boa resistência a corrosão, porém, em alguns casos outras características além da resistência à corrosão são necessários, para a utilização dos mesmos em determinadas aplicações; acrescentamos então outros elementos de liga para que o aço inoxidável adquira essas características.
Uma grande melhoria em muitas propriedades é conseguira com a introdução de Ni como elemento de liga. Consegue-se uma mudança na estrutura, transformando ligas ferríticas em ligas austeníticas (estrutura de alta resistência e tenacidade).
Os aços inoxidáveis austeníticos são conhecidos pela sua excelente resistência à corrosão em muitos meios agressivos.
Outros elementos como molibdênio, titânio e nióbio, se adicionados podem melhorar a resistência a corrosão e minimizar a corrosão intergranular por estabilização dos carbonetos presentes.
Dos três grupos, estes aços são os que apresentam maior resistência à corrosão. Eles combinam baixo limite de escoamento com alta resistência a tração e bom alongamento, oferecendo as melhores propriedades para trabalho a frio.
Não podem ser endurecido por tratamento térmico, mas suas resistência a tração e dureza podem ser aumentadas por encruamento.
Não são ferromagnéticos.
Eles possuem uma ampla faixa de propriedades mecânicas, oferecendo boa ductilidade e resistência a altas e/ou baixíssimas temperaturas, além de boa trabalhabilidade e soldabilidade.
Existem também aços inoxidáveis duplex (com dois tipos de estrutura convivendo), porém como são aços muito especiais eles não serão discutidos.

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